sábado, 22 de novembro de 2008

EDITORIAL

Sua história é fascinante. A primeira cidade a ter energia elétrica na America Latina. Para Getúlio Vargas, era “o espelho do Brasil”. À época, era a grande promessa da indústria sucroalcooleira. Com o tempo o ouro negro entra em cena e ela se torna milionária. O dinheiro vem acompanhado de corrupção e desonestidade. Os três poderes, podres, unidos em um só ideal: o alpinismo social. A população, estúpida, crê e se contenta com alguns trocados por cada voto. Milhares de votos, milhares de reais. Esse dinheiro tem que sair de algum lugar. Para isso a máquina funciona, e como funciona. Mais votos, mais dinheiro, mais corrupção. Enquanto isso, a cada chuva as ruas se tornam rios. O trânsito é um caos e a falta de consideração com o próximo impera. Cidade de monumentos maravilhosos, praças de mármore e crianças famintas. A população daqui é acostumada a ouvir falar em cifras milionárias. É acostumada também à mídia corrompida, ao jeitinho. Aceita tudo passivamente. A sensação é de abandono. O desespero é grande. Promessas são feitas. É mais fácil enganar o povo quando ele está separado. Um por um, as mentes são corrompidas. A estratégia é de guerra e Goebbels é seu pai. A cidade se chama Campos dos Goytacazes. Em estado de sítio, a Campos, é uma Campos Minada.